Olá, Pessoal!
Cordiais saudações a todos! Neste artigo, vamos ‘conversar’ um
pouco sobre os operadores argumentativos. No campo da Semântica Argumentativa,
os operadores ou marcadores argumentativos (também conhecidos como
‘articuladores textuais’ ou ‘marcadores discursivos’) são palavras responsáveis
pela sinalização da argumentação. São certos elementos da língua, explícitos na
própria estrutura gramatical da frase, cuja finalidade é a de indicar a
argumentatividade dos enunciados. Introduzem variados tipos de argumentos.
Complicado? Só aparentemente. Não se preocupe. “Conversando a gente se
entende”, não é mesmo? Vamos lá!
Desde que as principais bancas examinadoras iniciaram a
sua incursão avaliativa pelos gêneros textuais, pela semântica (= estudo do
significado das palavras), pela linguística textual e pela análise da
argumentação e do discurso, esse assunto vem-se fazendo presente em quase todas
as provas. E não adianta se esquivar, pensando que ele não cairá em sua próxima
prova... ledo engano! Para você que memoriza e aprende tantas leis,
códigos, incisos, parágrafos dos vários direitos (constitucional,
administrativo...), uma breve lista de expressões articulatórias não dará tanto
trabalho assim e lhe trará grandes benefícios, não apenas na prova de língua
portuguesa, como também em sua redação. Vamos em frente!
As palavras que funcionam como operadores argumentativos
são os conectivos (as conjunções, os advérbios, as locuções prepositivas) e
outras palavras que, dependendo do contexto, não se enquadram especificamente
em nenhuma das dez categorias gramaticais.
O usuário da língua deve se conscientizar do valor
argumentativo dessas marcas para que as perceba no discurso do outro e as
utilize com eficácia no seu próprio discurso.
♦ ALGUNS
TIPOS DE OPERADORES ARGUMENTATIVOS
A) Operadores que introduzem argumentos
que se somam a outro, tendo em vista a mesma conclusão: e, nem, também, não
só... mas também, além disso, etc.
B) Operadores que introduzem enunciados
que exprimem conclusão ao que foi expresso anteriormente: logo, portanto,
então, consequentemente, etc.
C) Operadores que introduzem argumentos
que se contrapõe a outro (mudança na direção argumentativa), visando a uma
conclusão contrária: mas, porém, todavia, embora, ainda que, apesar de, etc.
D) Operadores que introduzem argumentos alternativos: ou... ou,
quer... quer, seja... seja, etc.
E) Operadores que estabelecem relações
de comparação: mais que, menos que, tão... quanto, tão... como, etc.
F) Operadores que estabelecem relação de justificativa, explicação em
relação a enunciado anterior: pois, porque, que, etc.
G) Operadores cuja função é introduzir
enunciados pressupostos: agora, ainda, já, até, etc.
H) Operadores cuja função é introduzir enunciados, que visa a
esclarecer um enunciado anterior: isto é, ou seja, quer dizer, em outras
palavras, etc.
I) Operadores cuja função é orientar a
conclusão para uma afirmação ou negação: quase, apenas só, somente, etc.
Fonte: PUC-SP
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Operadores_argumentativos)
Quando lemos artigos de jornais e revistas que defendem
certas teses, estamos diante da formação de pontos de vista, visões do mundo,
que têm o objetivo de influenciar as idéias, opiniões, princípios das pessoas;
de definir ou redefinir posições; de formar ou reformar atitudes. Em qualquer
dos casos, busca-se efetivar o convencimento.
Percebemos que a escolha de palavras e expressões, o encadeamento
e a interdependência de ideias, o domínio de conectivos, são algumas das
características da comunicação persuasiva que influenciam diretamente na
argumentação de um texto; são, portanto, elementos que marcam a
intencionalidade na persuasão.
De acordo com Koch (1992: 30), aparecem vários “operadores
argumentativos” em um texto, “para designar certos elementos da gramática de uma
língua que têm por função indicar a força argumentativa dos enunciados, a
direção (o sentido) para que apontam.”
Enquanto na gramática tradicional esses operadores são
descritos como “conectivos” (conjunções), como partículas denotadoras de
situação, inclusão, exclusão, retificação, na gramática estrutural são chamados
de “morfemas gramaticais” (gramemas). São esses componentes que podem
determinar o valor argumentativo de um enunciado. (Silva, 2004)
Esses conectores são responsáveis pela estruturação e orientação
argumentativa dos enunciados no texto. Quando compreendemos uma seqüência
relacionada por um conectivo, não deciframos apenas o seu significado, mas
aplicamos idéias, visão de mundo, bagagem cultural que temos, relacionadas ao
uso do conectivo para reconstruir o sentido do texto.
♦ Outros
casos também bastante empregados:
► Estabelecem a hierarquia numa escala, assinalando ideia de
inclusão de elementos.
(inclusive, até, mesmo, até mesmo ...)
Ex.: Até o auxiliar
participou da reunião com a diretoria da empresa.
► Estabelecem a hierarquia numa escala, assinalando o elemento mais
fraco.
(ao menos, pelo menos, no mínimo ...)
Ex.: Ele poderia ter-nos dado ao menos um telefonema
para avisar que chegou bem.
► Ligam elementos de duas ou mais escalas orientadas no mesmo
sentido.
(e, também, nem, tanto ... como, não só ... mas também, além de, além
disso)
Ex.: Ele não somente estuda, como
também trabalha muito.
► Introduzem um argumento decisivo.
(além do mais, de uma vez por todas...)
Ex.: Ele não tem um perfil adequado para a
função. Além do mais, é analfabeto!
Pessoal, é importante observar que, do ponto de vista
prático, é como se o assunto operadores argumentativos fosse
uma ‘mescla’ do estudo dos conectivos, valorizando mais a compreensão do
contexto comunicativo e do significado real que eles apresentam no uso da
linguagem do que a estanque e improdutiva classificação gramatical simplista.
Enfim, o objetivo é mostrar esses conectivos em contextos discursivos
específicos, e não somente em tabelas e listas gramaticais descontextualizadas.
Bom, por enquanto, ficaremos por aqui!
Em nosso próximo artigo, faremos uma abordagem mais
simplificada sobre as conjunções coordenativas, para que você mesmo possa
estabelecer um paralelo entre elas e os tópicos já estudados, ok?
É isso aí, pessoal!
Um forte abraço e um ótimo estudo a todos!
Fonte: Folha Dirigida, por Marcelo
Bernardo
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