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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

OMC e o Comércio Internacional



 O contexto econômico atual do comércio internacional tem como característica básica um alto grau de interdependência entre os mercados internos e externos dos países. De acordo com os preceitos neoliberalistas, as regras do comércio internacional direcionam-se cada vez mais para uma ampliação de mercados objetivando a geração de riquezas, ou seja, para os países o principal caminho para o crescimento econômico é sem dúvida a ampliação do mercado externo. 
A tendência no mercado internacional é que sejam criados mecanismos para coibir as barreiras de proteção aos setores produtivos nacionais de modo a adaptá-los não só a competir internamente com produtos estrangeiros como também a expandir sua produção a outros países. 
Atualmente existem várias ferramentas para proteger os mercados internos e tornar os produtos nacionais de determinados setores mais competitivos no mercado externo. Uma delas é a criação de impostos ou taxas sobre produtos estrangeiros que, acrescidos ao preço final, os torna menos competitivos comercialmente. Outro instrumento é a limitação de compras por meio de cotas pré-estabelecidas e a taxação em cima de compras acima da quantidade estabelecida pelos governos aos importadores. Outro ponto, bastante utilizado, é a criação de barreiras que exijam que o produto exportado passe por um controle de qualidade antes de entrar no mercado interno de um país, esse instrumento esconde de fato um artifício protecionista, pois muitos desses controles de qualidades chegam ao absurdo em exigências. O último recurso, e um dos mais usados, é o já conhecido subsídio. Usado por vários governos como forma de financiamento em longo prazo e a juros muito baixos ou incentivos fiscais, o subsídio protege os setores produtivos internos mais vulneráveis a concorrência externa na medida em que faz com que a produção torne-se mais competitiva nos mercados internos e externos, pois podem vender a preços de mercado muito baixos, menores que os concorrentes. 
Nascida na era da globalização e do neoliberalismo, a Organização Mundial do Comércio (OMC), criada em 1° de janeiro de 1995, tem a missão de criar regras no comércio internacional segundo os princípios neoliberalistas. 
Hoje a OMC é composta por 149 países e funciona como se fosse um tribunal internacional do comércio, onde todos os países membros são iguais. Os países ricos têm hoje a supremacia no comércio internacional nos setores produtivos industriais e tecnológicos, setores que tem valores maiores no mercado internacional. Enquanto que os chamados “países em desenvolvimento” ou potencias médias como Brasil, Argentina, México e Índia são mais competitivos na siderurgia, na agricultura e em alguns setores industriais de bens de consumo como calçados e têxteis. 
A crescente competitividade do comércio internacional acaba gerando inúmeros problemas na OMC, principalmente por parte dos países ricos, que constantemente são acusados de usar instrumentos considerados desleais pala OMC para proteger-se dos produtos mais competitivos dos países em desenvolvimento. 
Em dez anos, o Brasil já acionou a OMC 22 vezes envolvendo questões comerciais em setores agrícola e industrial. Em todas às vezes o Brasil obteve ganho de causa total ou parcial. A OMC já deu ganho de causa ao Brasil em questões importantes como: os subsídios do governo norte-americano a produção de algodão, os subsídios da União Européia a produção de açúcar e a sobretaxa do frango e da banana produzidos no Brasil, o país também ganhou na disputa entre a Embraer e a Bombardier, nos subsídios do governo canadense para produção de aviões de médio porte. 
Os resultados conquistados pelo Brasil na OMC têm uma importância muito grande, não só para o próprio Brasil mais também para todos os países chamados em desenvolvimento, que são, de fato, muito mais competitivos no comércio internacional em alguns setores produtivos, principalmente nos setores agrícolas. Sendo assim, a OMC é hoje um instrumento primordial para esses países brigarem, em igualdade de direitos, com os países ricos no mercado externo. 
Atualmente o Brasil ocupa uma posição de liderança do chamado G-20, Grupo de países em desenvolvimento que buscam mais espaço no comércio internacional e exigem igualdade de aplicações das regras estabelecidas pela OMC. A principal reivindicação desse grupo de países é o fim dos subsídios agrícolas exercidos pelos países ricos, que prejudicam a entrada de seus produtos nos mercados norte-americano e europeu. 
Atualmente a OMC trabalha nos avanços nas negociações da Rodada de Doha, iniciada em 2001 e com término previsto para 2006. Onde principal questão é a eliminações dos subsídios agrícolas exercidos pelos países ricos. O comércio internacional segue o preceito de que a liberalização comercial potencializa a geração de riquezas, porém os principais defensores dessa teoria, que são os países ricos, na prática não hesitam em cercar-se de instrumentos que dificultam a liberalização de setores no qual eles são mais vulneráveis, como por exemplo, os setores agrícolas. 
Na reunião ministerial da OMC, realizada entre 12 e 18 de dezembro de 2005, em Hong Kong, os países desenvolvidos tinham como objetivo ter mais acesso aos mercados das nações em desenvolvimento, enquanto que estas queriam o fim dos subsídios agrícolas. 
Com o fim da reunião em Hong Kong, apesar de não alcançar um resultado totalmente satisfatório, o que mais marcou foi à união demonstrado pelos países pobres e pelos países chamados em desenvolvimento e assim como também pelas divergências entre ricos e pobres. O Brasil, representado pelo Ministro das Relações Externas Celso Amorim, destacou-se como líder do G-20 ao lado da Índia nas negociações. 
Em Julho de 2006, foi realizada uma nova reunião da Rodada de Doha, em Genebra. Mais uma vez, os subsídios agrícolas foram o ponto sensível do encontro da OMC. Ficaram claras as divergências entre aqueles países que defende a redução imediata dos subsídios agrícolas e os países que usam esses artifícios, como os EUA e alguns países da União Européia. 
De acordo com o relatório divulgado pela OMC após a reunião, entre 1998 e 2002, os países em desenvolvimento usaram recursos destinados aos subsídios agrícolas equivalentes a 0,6%, em média, do seu PIB. Já os países ricos, no mesmo período, alocaram cerca de 1,4%, em média, do PIB; não esquecendo que estes possuem um PIB bem mais elevado do que os países em desenvolvimento. 
No mesmo relatório, a OMC estimou que, cerca de 4% do PIB global, aproximadamente US$ 1 trilhão, foram gastos em subsídios governamentais nos setores de produção agrícola, industrial e de serviços. Na agricultura, são gastos cerca de US$ 280 bilhões de dólares por ano, por parte das nações mais ricas. 
Com isso, apesar da melhoria da proposta européia na questão da redução dos subsídios, os EUA não abriram mão dos US$ 22,5 bilhões usados anualmente como forma de proteção governamental para seus produtores. Essa atitude acabou levando os diplomatas presentes em Genebra a suspenderem as negociações da Rodada de Doha até que haja uma nova proposta de negociação.

Fonte: Folha Dirigida, por Márcio Vasconcelos

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