Pode-se
dizer, sumariamente, que uma ação terrorista tem por objetivo atingir
diretamente a população, um órgão ou uma instalação governamental, criando
algum tipo de instabilidade social, de modo que se pressione um governo a
respeito daquilo que se quer.
No Brasil,
a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDEN) classifica como
ato terrorista: “Ato com motivação política ou religiosa que emprega a força ou
a violência física ou psicológica, para infundir terror, intimidade ou coagindo
as instituições nacionais, a população ou um segmento da sociedade”.
Os
atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, executados pelo grupo
fundamentalista islâmico denominado Al-Qaeda, representaram o início de
uma nova fase da História mundial. A maneira como foram organizados e
executados mostrou como é possível atingir, tão profundamente, “o coração” da
maior potência do mundo de uma maneira simples e eficiente. Como uma
organização não-governamental, clandestina, que tinha como base o interior do
Afeganistão, conseguiu tanto êxito?
Sem dúvida,
depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, o contexto
político-diplomático internacional se modificou. Após a ação da Al-Qaeda, os
EUA desenvolveram uma nova doutrina de ação de defesa baseada na guerra
preventiva, podendo agir de maneira unilateral em qualquer lugar onde, ao
seu ver, houver indícios de ações contra a segurança interna do país.
Os
atentados de 11 de setembro acabaram por dar respaldo ao domínio da tendência
política conservadora republicana nas ações do governo Bush, criando assim uma
postura diplomática inflexível e conservadora dentro do projeto governamental
de “guerra contra o terror”. Outro ponto importante foi que, depois dos
atentados de 11 de setembro de 2001, o mundo assistiu ao enfraquecimento da
ONU, frente às ações unilaterais do governo norte-americano.
Com isso,
os EUA passaram por cima da Organização das Nações Unidas (ONU), tornando-a, de
fato, uma instituição inoperante frente aos acontecimentos mundiais. Após os
atentados de 11 de setembro, foram duas guerras preventivas executadas pelo EUA
sem aprovação da ONU: Afeganistão (2002) e Iraque (2003).
Por outro
lado, a estrutura organizacional da Al-Qaeda atua em células organizacionais
independentes, distribuídas pelo mundo. A Al-Qaeda disseminou sua ideologia e
sua metodologia operacional usando os meios globalizados de comunicação, de
forma a tornar-se uma estrutura descentralizada com células operacionais em
várias partes do mundo.
Os ataques
realizados em Madrid (11 de março de 2004) e em Londres (7 de julho de 2005)
mostraram essa flexibilidade e revelaram a impossibilidade de se antever um
ataque terrorista planejado pela Al-Qaeda.
Em maio de
2011, após quase dez anos de ocupação militar e aproximadamente US$ 400 bilhões
gastos, o principal objetivo da guerra foi atingido, o líder da Al Qaeda e
organizador dos atentados de 11 de setembro, Osama Bin Laden, foi localizado e
morto em um ataque militar na cidade de Abbottabad no Paquistão. O sucesso da
operação provocou uma onda diversificada de reações pelo mundo, desde protestos
populares realizados no próprio Paquistão até congratulações por parte de
chefes de estado de vários pontos do mundo ao presidente Barack Obama.
Certamente a Al-Qaeda não deixará de atuar e o risco de um atentado deverá ser
tratado como iminente.
Após uma
década dos atentados de 11 de setembro, o mundo ainda procura uma solução
definitiva para os problemas ligados ao terrorismo que envolvem aspectos
políticos, sociais e econômicos. Sendo assim, o terrorismo acabou tornando-se o
principal fenômeno global do início do século XXI, marcando permanentemente o
início de uma nova era na história mundial.
Fonte:
Folha Dirigida, por Márcio
Vasconcelos
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