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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Tática de guerra pode fazer a diferença na batalha dos concursos





Sudeste Asiático. Período de 1955 a 1975. As seguidas batalhas no Vietnã contrapõem os principais personagens da chamada Guerra Fria: Estados Unidos e a extinta União Soviética. Confrontos ideológicos e perdas humanas à parte - estima-se um número de até dois milhões de mortos -, um militar norte-americano chama a atenção por sua intervenção, considerada fundamental para a qualificação do força área de seu país. Trata-se de John Boyd, cujas contribuições à ciência da Estratégia são difíceis de subestimar. Começando seus estudos com o desempenho de pilotos americanos que participavam daqueles combates, ele observou que o que diferenciava os melhores dos piores era a capacidade de analisar uma situação, tomar decisões e executar suas ações mais rápido que seus oponentes. O modo de se portar dos pilotos influenciava a capacidade de alguém ser eliminado ou voltar para casa vitorioso. Tudo isso foi resumido em uma simples palavra: OODA.
Corte na linha do tempo. Novembro de 2012. O conceito desenvolvido por John Boyd é tema de artigo de Fábio Zugman, paulistano de 32 anos, professor universitário, doutorando em Administração pela FEA-USP e Mestre em Administração pela UFPR. Em seu texto, o acadêmico transporta a tese de OODA para o ambiente do mundo do trabalho. A pedido da FOLHA DIRIGIDA, o faz, numa segunda versão, especificamente para o universo dos concursos públicos. Essa seleções constituem verdadeiras 'batalhas', nas quais os concurseiros, investidos no papel de soldados, partem em busca de conquistas de territórios na própria carreira. Os confrontos, por vezes, são duros. Os oponentes, milhares. Centenas deles tombam pelo caminho...
"A sigla OODA significa Observar, Orientar, Decidir e Agir. Segundo nosso querido coronel, a habilidade de passar por esse ciclo diferencia o tamanho do fracasso. Um piloto deveria então OBSERVAR a situação em que se encontrava. ORIENTAR-SE - filtrar as informações relevantes para o momento. DECIDIR - optar por um curso de ação - e AGIR -  executar o curso planejado. Pilotos capazes de fazer tudo isso rapidamente poderiam vencer entrando no ciclo de seus inimigos, agindo mais rapidamente e reorientando suas ações, enquanto seus alvos, ainda presos a uma ação passada, tentavam entender o que havia acontecido", aponta o professor.
Fábio garante que John Boyd não se limitou à área de batalhas aéreas. Ele via o OODA como um modo de pensar, tanto que realizou palestras e apresentações sobre suas ideias, e se baseou em muitos filósofos e outros estudiosos da natureza humana além de comandantes militares. Além disse, vários outros autores se basearam nele, de propósito ou até sem saber que esse princípio surgiu nesse contexto militar. "O OODA é uma ótima ferramenta para nos ajudar a analisar e focar na situação. Alguém perturbado pelas pressões exteriores, tão comuns aos concurseiros, pode observar o que exatamente está incomodando, ver como sua orientação está agindo, decidir agir de modo diferente e, por fim, optar por uma linha de ação que o aproxime de um bom resultado. Partindo deste processo reflexivo, você pode planejar melhor seu ambiente, seus estudos e até as informações que opta por olhar em um determinado momento".
Participar de um concurso, em certa medida, é como disputar uma ‘guerra’, estando o candidato cercado por rivais, seus concorrentes às vagas. Neste sentido, quais outras ‘táticas’ de combates poderiam favorecer os concurseiros, especialmente aqueles que sofrem em demasia exatamente pela alta carga de competição do processo? Como olhar para si mesmo, avaliar seu desempenho, seus acertos, dificuldades, erros e traçar o melhor e mais seguro plano de voo?
"A competição nem sempre é ruim. Apesar de muitas vezes reclamarmos dela, é a competição que nos faz realizar aquele esforço cada vez maior para sermos melhores do que somos hoje. O que John Boyd quis ensinar com o OODA é que a vitória em uma competição não depende de quem tem os melhores equipamentos ou recursos. A vitória é alcançada através de uma boa postura mental, foco, e realização de ações que te deem vantagens em relação à competição. Os ciclos do OODA nos ensinam que não há uma grande vantagem contra a concorrência, mas sim o acúmulo de pequenas vantagens ao longo do tempo que nos tornam melhores ou piores. Nisso, alguém que consegue se programar melhor que a concorrência, perder menos tempo tanto na parte dos estudos quanto na realização de provas, manter a cabeça limpa de outras influências, com certeza se sairá melhor que outros que tenham processos mentais menos claros", explica Fábio Zugman, autor de diversos livros, como O mito da criatividade (Elsevier, 2008), Empreendedores esquecidos (Elsevier, 2011) e Criatividade sem segredos (Atlas, 2010).
No aspecto geral, a conduta do OODA defende que as pessoas adotem os seguintes procedimentos: passo número um: pare. Tire um dia, uma hora, um momento, mas pare. Parou? Ótimo. Agora observe a situação em que você se encontra. Você pode avaliar sua vida pessoal, profissional, sua empresa e até o conjunto da obra, mas apenas observe. Retire-se da situação e encare suas ações, as de outras pessoas e participantes do mercado e tente entender o que está acontecendo. Agora, oriente-se. Quais informações você precisa ter para decidir? O que está te atrapalhando? Com o que vale e com o que não vale a pena se preocupar? Com base nas respostas, decida o que fazer. Simples assim. Após observar e orientar, você tem que decidir. Pare de enrolar. Se houvesse realmente um avião armado vindo em sua direção você não iria ficar sentado pensando. Por último, a ação. Faça alguma coisa. Se não souber o que fazer, faça qualquer coisa, por menor que seja. O importante é agir o mais rápido possível. Sair da zona de conforto, deixar de ser um patinho sentado no meio do radar do inimigo e começar a mudar sua situação.
Tudo muito bom, tudo muito bem, ao menos na teoria. Mas, como executar essas ações num cotidiano em que quase todos estão estressados, cansados, espancados pela concorrência e perdidos, sem saber o que fazer? "É exatamente ao contrário. Imagine que o OODA foi proposto em um contexto militar, em que pode haver um míssil vindo em sua direção e há somente alguns segundos entre a vida e a morte. Diante disso, os meses que as pessoas geralmente têm para se preparar para uma prova ou qualquer outra mudança parecem uma eternidade. Quem reclama de 'falta de tempo', na maioria das vezes, possui um grande problema de falta de organização, de foco e de objetivos claros. Tudo isso pode ser conseguido se a pessoa passar a observar a situação em que se encontra, questionar o que está fazendo, se orientar e ver o que realmente importa. Muita gente liga o 'piloto automático' na vida, simplesmente deixando as coisas acontecerem... Por isso é vital desenvolver a capacidade de decidir o que fazer e assumir a responsabilidade por tais decisões, que serão mais acertadas e rápidas se baseadas no conceito do OODA", conclui Fábio.
E aí piloto? O curso definido está certo ou é chegada a hora de refazer a rota?

Por Paulo Chico
Fonte: Folha Dirigida


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