A eleição de Barack Hussein Obama II em
2008 pelo Partido Democrata está repleta de feitos únicos para a História dos
EUA e, em certa medida, com repercussão para grande parte do mundo por conta do
papel de vanguarda que sua nação ainda ocupa no cenário geopolítico
internacional.
A começar por suas origens
afro-americanas, Obama é filho de um cidadão queniano com uma norte-americana
nascido no politicamente inexpressivo paraíso turístico do Havaí. Possui uma
carreira destacada como advogado e congressista pelo estado de Illinois.
Colocado no poder sob a promessa
de diminuir a presença militar de seu país no Oriente Médio, com foco na luta
pela preservação dos Direitos Humanos, Obama teve como principal desafio de seu
primeiro mandato o combate à grave crise econômica instalada a partir de 2008,
e que cuja ocorrência colaborou em grande parte para o seu êxito na primeira
disputa pela Casa Branca. O fato é que a economia não se recuperou com a
velocidade que a sociedade esperava, e as medidas de austeridade, especialmente
em relação ao aumento dos impostos para os mais ricos, irritou profundamente
uma considerável parcela da população o que carreou algumas manifestações de
revolta e apoio à oposição representada pelo Partido Republicano de Mitt
Romney.
No campo militar pode-se dizer
que as promessas de campanha de Obama em 2008 se cumpriram em parte durante o
primeiro mandato, vejamos alguns exemplos:
·
O não fechamento da famigerada prisão que funciona na Base Naval de Guantánamo,
que serve desde de 2002 de claustro aos terroristas capturados pelos EUA,
irritou os setores liberais da sociedade, especialmente aqueles ligados às
organizações não-governamentais para os Direitos Humanos, sobretudo após as
denúncias veiculadas, ainda no governo George W. Bush, da ocorrência de
torturas e desrespeito às convenções internacionais, especialmente às garantias
estabelecidas pela Convenção de Genebra no tocante aos combatentes ou não em
tempos de guerra. Na verdade Obama prometeu fechar a prisão, mas seus
assessores militares o desaconselharam por acreditarem na importância
estratégica daquele possessão militar.
·
A captura e a morte de Osama Bin Laden foram um grande trunfo para a
reeleição do Presidente, especialmente porque demonstrou a capacidade e a
habilidade das tropas americanas no que tange às Operações de Inteligência.
Vale dizer que Obama conseguiu aquilo que o governo Bush perseguiu desde os
Atentados de 11 de setembro de 2001. Sua ação teve uma precisão cirúrgica sendo
considerada um exemplo de sucesso na coalizão entre a Estratégia de Infantaria
e a Inteligência em Campo Externo.
·
As relações diplomáticas dos EUA com seus antagonistas no arranjo
internacional estiveram em segundo plano durante o primeiro mandato. O
crescimento do poder nuclear do Irã e da Coréia do Norte preocupam o ocidente
que cobram de Obama uma posição mais enérgica, inclusive por parte da ONU.
Os principais desafios do segundo
mandato de Obama
Apesar de a economia ter dominado os
embates da campanha eleitoral de 2012, o fato é que a Segurança Nacional
volta novamente às manchetes dos jornais americanos e exige que, nesse segundo
governo, Obama se faça mais presente nas Relações Internacionais e em outras
áreas chave, vamos analisar:
·
Relações com o Oriente Médio: o presidente fatalmente tentará um último
esforço no sentido de estreitar o diálogo com o Irã a fim de evitar um possível
ataque militar às instalações nucleares daquele país, o que traria repercussões
negativas e estrategicamente perigosas para a comunidade internacional. A
verdade é que Israel e a Síria cobram de Washington uma posição enérgica (apoio
militar e de Inteligência) sob a ameaça de agir por conta própria contra o país
do Aiatolá Ali Khamenei.
·
A saída do país do Iraque e do Afeganistão é outro tema delicado, pois
ao passo que essa medida corresponde ao desejo da população local, pode
representar a ascensão de novas lideranças radicais além do retorno daquelas
anteriormente depostas pela ação das forças internacionais comandadas pelos
EUA.
·
Os especialistas militares garantem que Obama precisará dedicar mais
cuidado na condução das relações com alguns países ditos de risco, entre eles
destacam-se: Líbia, Índia, Cuba e Paquistão.
·
Quando falamos da necessidade de maior presença em setores militares
delicados, ingressamos em outro problema que tirará o sono do presidente: a
necessidade de continuar os cortes nos gastos públicos a fim de diminuir o
déficit orçamentário norte-americano. A começar pelo Pentágono, com seu vultoso
orçamento anual, que precisará se adequar aos novos tempos da economia e
fatalmente perderá uma parcela considerável dos seus recursos deixando os
chefes militares insatisfeitos com a perda nos investimentos em suas pastas.
·
O binômio corte de gastos e aumento de impostos continuará a ser a
principal arma de Obama na tentativa de recuperar seu país do Abismo Fiscal que
mergulhou por conta das desastrosas políticas econômicas, especialmente aquelas
adotadas durante os dois últimos governos republicanos. A principal necessidade
do país é a de uma reforma no seu confuso Código Tributário que privilegia
alguns setores em detrimento de outros.
·
A mudança no clima internacional: tradicionalmente os EUA torcem o nariz
para os temas ecológicos, fatalmente porque a diminuição da sua ação poluidora
agradaria a toda a sociedade, mas representaria uma retração na já prejudicada
produção industrial, em grande parte pela concorrência com a China e demais
Tigres Asiáticos. O fato é que os novos tempos exigem práticas industriais
sustentáveis, e Obama possui um discurso favorável a tais medidas, todavia
colocá-las em prática significa mexer com as maiores fortunas do planeta.
Forte abraço, sucesso a todos!
Por Rafael Garcez
Fonte: Folha Dirigida
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