O
serviço público é recheado de mitos que povoam o imaginário coletivo,
embora muitas vezes estejam bem distantes da realidade. Resolvemos,
neste texto, elucidar alguns desses mitos, com base em questionamentos
que nos foram enviados por colegas concurseiros.
Servidor público é quase sempre vagabundo e preguiçoso
Esta mentira certamente foi inventada por algum vagabundo frustrado por não conseguir se tornar servidor público. Hoje, a maior parte do serviço público, com ênfase no federal, está situada num alto patamar de profissionalismo e competência. O recrudescimento da política do concurso público tem transformado substancialmente o perfil do servidor, que deixa de ser um mero repetidor de tarefas e assume funções e responsabilidades cada vez mais complexas, com características inclusive de empreendedor. Não é à toa que hoje se fala tanto em gestão pública empreendedora, embora esta seja ainda uma tendência incipiente. Ainda persistem, na Administração Pública, sobretudo as municipais, rusgas do velho patrimonialismo, com seus apadrinhamentos e privilégios espúrios. Contudo, à medida que os princípios da Carta de 1988 vão ganhando efetividade e ocupando todos os espaços na consciência jurídica coletiva, esses laivos de retrocesso tendem a arrefecer. Quem conhece bem o serviço público federal sabe que, ressalvadas algumas desprezíveis exceções, a quase totalidade dos servidores é composta de gente trabalhadora, honesta, compromissada e preocupada com a eficiência na prestação do serviço público.
A política de concursos do governo desestimula o empreendedorismo no Brasil
Essa é outra das mentiras propagadas, inclusive por alguns pretensos especialistas em empreendedorismo. Segundo um deles argumentou há alguns meses em uma dessas revistas semanais, o oferecimento de cargos públicos com remuneração atrativa inibe o espírito inovador de muitos, que acabam deixando de se arriscar no setor privado e gerar empregos para se pendurar numa atividade improdutiva na máquina pública. Para refutar esse tipo de argumento, basta mencionar uma pesquisa divulgada pelo Sebrae, em abril deste ano, que aponta que o Brasil registrou, em 2010, a maior taxa de empreendedorismo entre os países que integram o G20, grupo das maiores economias do mundo. A pesquisa também revela que o país aparece na frente entre as nações emergentes do grupo dos BRIC’s, formado por Brasil, Rússia, Índia e China. É de um simplismo indecoroso acreditar que uma política séria de valorização do concurso e do servidor público implicará, fatalmente, desencorajamento para investir e arriscar na iniciativa privada. O espírito empreendedor é um dom, uma vocação. E uma vocação é quase um apelo coercitivo da natureza, que dificilmente descansa e está sempre procurando os meios para se concretizar. A maior prova disso é que há um percentual significativo de servidores públicos que, em vez de despenderem suas economias em consumo, resolvem investi-las em algum empreendimento próprio. Aliás, tal conduta em momento algum é vedada pela legislação. Segundo o artigo 117, inciso X, da lei 8.112/90 (Estatuto do Servidor Público Civil Federal) é proibido ao servidor participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário.
O servidor público é altamente propenso à corrupção
Outra inverdade maliciosa. A corrupção está, na maior parte das vezes, ligada ao alto escalão da máquina pública, ou seja, políticos e seus apadrinhados. No universo de servidores concursados, embora eventualmente possa ocorrer, é um fato extremamente raro. Aqui também com desprezíveis exceções, a maioria dos servidores públicos é honesta, digna, honrada. Essa falsa imagem de um servidor facilmente corruptível tem levado alguns a acreditarem que, se ingressarem no serviço público, estarão cercados de gente indecente e mal-intencionada, tentando levar vantagem a qualquer custo. Nada mais enganoso! O que prevalece, nas repartições ocupadas por servidores concursados, é um clima de honestidade, transparência, equilíbrio, sinceridade, preocupação com a coisa pública. E não é só por conta da garantia da estabilidade, um fator externo. Mas sobretudo porque a cultura do estudo, além de produzir conhecimento e qualificação, também é responsável internamente pela criação de uma base moral mais sólida e pelo cultivo de valores socialmente mais sublimes.
Servidores que passam a ocupar cargos de autoridade tornam-se orgulhosos e auto-suficientes
Obviamente, para alguém apresentar esses defeitos, não é necessário que ocupe um lugar de destaque. Tome-se o exemplo de alguns membros de bancas de concurso que, embora quase sempre fiquem no anonimato, não raro apresentam uma tendência patológica à auto-suficiência. O fato é que, se o sujeito perde a humildade e torna-se arrogante simplesmente por ocupar um posto de destaque, seja na Administração Pública ou na iniciativa privada, isso não é um problema do posto em si, mas antes um problema de caráter. Pessoas que tiveram acesso a uma boa educação humanística e que provêm de uma base familiar onde o respeito e a dignidade são valores supremos jamais fazem da arrogância uma marca de sua personalidade, independente do cargo que ocupem. No entanto, o que acontece com freqüência é o pré-julgamento. Geralmente, existe uma imagem associada a um determinado cargo, que é difícil de desmistificar. E, a partir dessa visão estereotipada, as pessoas acabam pré-julgando o ocupante do cargo, seja ele quem for. É certo que há personalidades que se encaixam perfeitamente nas ideias pré-concebidas socialmente para um determinado cargo, mas generalizar nessas situações é sempre uma escolha equivocada.
Espero que o exposto tenha ajudado a esclarecer os principais questionamentos acerca dos pontos mencionados. Ao contrário do que acreditava Joseph Goebbels, uma mentira, ainda que contada mil vezes, continua não passando de uma mentira.
Aproveito para desejar-lhe um 2012 de muito êxito. Ainda que 2011 não tenha sido tão prolífico em concursos, os horizontes começam a clarear, algumas autorizações estão no forno, quase prontas, e os ventos anunciam um novo ano bem melhor do que este que acaba. Faço votos de que 2012 seja um grande ano na sua vida!
Servidor público é quase sempre vagabundo e preguiçoso
Esta mentira certamente foi inventada por algum vagabundo frustrado por não conseguir se tornar servidor público. Hoje, a maior parte do serviço público, com ênfase no federal, está situada num alto patamar de profissionalismo e competência. O recrudescimento da política do concurso público tem transformado substancialmente o perfil do servidor, que deixa de ser um mero repetidor de tarefas e assume funções e responsabilidades cada vez mais complexas, com características inclusive de empreendedor. Não é à toa que hoje se fala tanto em gestão pública empreendedora, embora esta seja ainda uma tendência incipiente. Ainda persistem, na Administração Pública, sobretudo as municipais, rusgas do velho patrimonialismo, com seus apadrinhamentos e privilégios espúrios. Contudo, à medida que os princípios da Carta de 1988 vão ganhando efetividade e ocupando todos os espaços na consciência jurídica coletiva, esses laivos de retrocesso tendem a arrefecer. Quem conhece bem o serviço público federal sabe que, ressalvadas algumas desprezíveis exceções, a quase totalidade dos servidores é composta de gente trabalhadora, honesta, compromissada e preocupada com a eficiência na prestação do serviço público.
A política de concursos do governo desestimula o empreendedorismo no Brasil
Essa é outra das mentiras propagadas, inclusive por alguns pretensos especialistas em empreendedorismo. Segundo um deles argumentou há alguns meses em uma dessas revistas semanais, o oferecimento de cargos públicos com remuneração atrativa inibe o espírito inovador de muitos, que acabam deixando de se arriscar no setor privado e gerar empregos para se pendurar numa atividade improdutiva na máquina pública. Para refutar esse tipo de argumento, basta mencionar uma pesquisa divulgada pelo Sebrae, em abril deste ano, que aponta que o Brasil registrou, em 2010, a maior taxa de empreendedorismo entre os países que integram o G20, grupo das maiores economias do mundo. A pesquisa também revela que o país aparece na frente entre as nações emergentes do grupo dos BRIC’s, formado por Brasil, Rússia, Índia e China. É de um simplismo indecoroso acreditar que uma política séria de valorização do concurso e do servidor público implicará, fatalmente, desencorajamento para investir e arriscar na iniciativa privada. O espírito empreendedor é um dom, uma vocação. E uma vocação é quase um apelo coercitivo da natureza, que dificilmente descansa e está sempre procurando os meios para se concretizar. A maior prova disso é que há um percentual significativo de servidores públicos que, em vez de despenderem suas economias em consumo, resolvem investi-las em algum empreendimento próprio. Aliás, tal conduta em momento algum é vedada pela legislação. Segundo o artigo 117, inciso X, da lei 8.112/90 (Estatuto do Servidor Público Civil Federal) é proibido ao servidor participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário.
O servidor público é altamente propenso à corrupção
Outra inverdade maliciosa. A corrupção está, na maior parte das vezes, ligada ao alto escalão da máquina pública, ou seja, políticos e seus apadrinhados. No universo de servidores concursados, embora eventualmente possa ocorrer, é um fato extremamente raro. Aqui também com desprezíveis exceções, a maioria dos servidores públicos é honesta, digna, honrada. Essa falsa imagem de um servidor facilmente corruptível tem levado alguns a acreditarem que, se ingressarem no serviço público, estarão cercados de gente indecente e mal-intencionada, tentando levar vantagem a qualquer custo. Nada mais enganoso! O que prevalece, nas repartições ocupadas por servidores concursados, é um clima de honestidade, transparência, equilíbrio, sinceridade, preocupação com a coisa pública. E não é só por conta da garantia da estabilidade, um fator externo. Mas sobretudo porque a cultura do estudo, além de produzir conhecimento e qualificação, também é responsável internamente pela criação de uma base moral mais sólida e pelo cultivo de valores socialmente mais sublimes.
Servidores que passam a ocupar cargos de autoridade tornam-se orgulhosos e auto-suficientes
Obviamente, para alguém apresentar esses defeitos, não é necessário que ocupe um lugar de destaque. Tome-se o exemplo de alguns membros de bancas de concurso que, embora quase sempre fiquem no anonimato, não raro apresentam uma tendência patológica à auto-suficiência. O fato é que, se o sujeito perde a humildade e torna-se arrogante simplesmente por ocupar um posto de destaque, seja na Administração Pública ou na iniciativa privada, isso não é um problema do posto em si, mas antes um problema de caráter. Pessoas que tiveram acesso a uma boa educação humanística e que provêm de uma base familiar onde o respeito e a dignidade são valores supremos jamais fazem da arrogância uma marca de sua personalidade, independente do cargo que ocupem. No entanto, o que acontece com freqüência é o pré-julgamento. Geralmente, existe uma imagem associada a um determinado cargo, que é difícil de desmistificar. E, a partir dessa visão estereotipada, as pessoas acabam pré-julgando o ocupante do cargo, seja ele quem for. É certo que há personalidades que se encaixam perfeitamente nas ideias pré-concebidas socialmente para um determinado cargo, mas generalizar nessas situações é sempre uma escolha equivocada.
Espero que o exposto tenha ajudado a esclarecer os principais questionamentos acerca dos pontos mencionados. Ao contrário do que acreditava Joseph Goebbels, uma mentira, ainda que contada mil vezes, continua não passando de uma mentira.
Aproveito para desejar-lhe um 2012 de muito êxito. Ainda que 2011 não tenha sido tão prolífico em concursos, os horizontes começam a clarear, algumas autorizações estão no forno, quase prontas, e os ventos anunciam um novo ano bem melhor do que este que acaba. Faço votos de que 2012 seja um grande ano na sua vida!
Fonte: Site Ponto dos Concursos
Link: http://www.pontodosconcursos.com.br/artigos3.asp?prof=336
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