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sábado, 1 de dezembro de 2012

Linguagem Figurada



A Língua Portuguesa é constituída por normas gramaticais estabelecidas pelo padrão culto da língua. Por ser dinâmica, está em constante modificação, razão por que, tanto na linguagem oral como na escrita, podem ocorrer erros ou vícios. Esses erros e vícios, que formam a linguagem figurada, originam o estilo que cada autor escolhe a fim de diferençá-lo, particularizá-lo.
São vários os recursos de que a gramática dispõe para ampliar a estilística usada para nos expressarmos. A gramática normativa define os princípios que norteiam a ordem das palavras nas frases bem como o relacionamento dessas palavras com outras quando inseridas em orações, períodos e textos. Entretanto, diversos fatores influem na regência, na concordância ou na colocação (estrutura da frase). A palavra também pode adquirir variados significados, fazendo surgir as figuras  de linguagem. 

Antes de relacionarmos as figuras, convém definirmos denotação e conotação. Denotação é o sentido dicionarizado da palavra; conotação é o sentido que se quer dar. 
Observe o emprego da palavra boneca nas seguintes orações:
1. Dei uma linda boneca para Aninha.(brinquedo) – sentido denotativo;
2. Minha neta é uma boneca. (bonita) – sentido conotativo.
No rol das figuras de linguagem encontramos algumas que interferem no estilo, no pensamento, outras que afetam a construção, a sintaxe. Relacionamos as principais:
Metáfora: a palavra é usada com conotação diferente, mantendo, porém, uma relação de semelhança com o original: Ex.: Seus olhos são estrelas de cristal.
Comparação: difere da metáfora porque com ela deve ser usada a conjunção comparativa como: Ex.:Seus olhos são como estrelas de cristal.
Metonímia: aparece quando a palavra é usada para designar algo com a qual mantém uma relação real, lógica, de proximidade, contiguidade de sentido ou posse.
Alguns exemplos:
1. o continente pelo conteúdo: Ex.: Para comemorar, bebemos uma taça de vinho.
2. a causa pelo efeito: Ex.: Construiu seu patrimônio com suor e lágrimas.
3. o autor pela obra: Ex.: Gosto de ler Saramago.
4. o inventor pelo invento: Ex.: Édson ilumina o mundo.
5. o símbolo pela coisa simbolizada: Ex.: O homem que teme o juízo final não se afasta da cruz.
6. a parte pelo todo: Ex.: Em maio, ela completará dezoito primaveras.
7. o instrumento e a pessoa que o utiliza: Ex.: Maurício é um bom garfo.
Catacrese é o emprego de dois termos cujo relacionamento ou é aparentemente contraditório ou fundamentado em acidental ou remota semelhança. Há uma relação semântica entre os termos: Ex.: Montei a cavalo num burrico. / Embarcamos no trem das onze.
Antítese: apresentam-se idéias opostas: Ex.: “Quando um muro separa, uma ponte une.” (Paulo César Pinheiro)
Apóstrofe  é uma interpelação enfática de pessoas ou coisas que podem estar presentes ou ausentes. Corresponde ao vocativo: Ex.: Deus! Deus! Onde estás que não respondes? (Castro Alves)
Exclamação é uma expressão de surpresa ou entusiasmo para realçar uma intensa emoção: Ex.:“Ó idéias cegas! Ó gentilezas enganadas! Ó discrições mal entendidas!”
Interrogação: substituição de uma afirmação pura e simples por uma pergunta: Ex.: Não vê que suas lamúrias já não causam piedade?

Ironia: expressão que contém o oposto do que se quer dizer, com a intenção de criticar ou desprezar.
Ex.:  “Que prova esplêndida a sua! Não conseguiu a nota mínima...”
Gradação: expressão progressiva do pensamento por meio de palavras, que podem ser ou não sinônimas, variando da menos intensa para a mais intensa ou vice-versa:  Ex.: “Os que a servem são os que não invejam, os que não infamam, os que não conspiram, os que não sublevam, os que não desalentam, os que não emudecem, os que não acobardam, mas resistem, mas esforçam, mas pacificam, mas discutem, mas praticam a justiça, a admiração, o entusiasmo.” (Rui Barbosa) 
Perífrase: palavras ou frases que substituem nome comum ou próprio, sempre pondo em destaque algum atributo do ser: Ex.:  O astro-rei brilha intensamente.
Hipérbole: exagero:  Ex.: Estou esperando faz dez horas.
Eufemismo - atenuante intencional de certas expressões consideradas desagradáveis: Ex.: “Passou desta para melhor”
Prosopopéia (personificação) - figura de retórica  em que se atribui características de seres animados a seres inanimados; características humanas a não-humanos, como o dom da palavra ou movimentos. Ex.:  A floresta gesticulava nervosamente diante do fogo que a devorava.
Alegoria: série de figuras (metáforas, comparações,...) que transferem a narrativa (personagens e ações) para o plano do símbolo ou da fábula. Alguns ditados populares podem ser exemplos de alegorias: Ex.: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.” / “Mais vale um pássaro na mão que dois voando.” / “Casa de ferreiro, espeto de pau.”
Assíndeto - coordenação de termos sem uso de conectivos: Ex.: Ria, chorava, cantava, ria, novamente cantava, voltava a chorar...
Polissíndeto - repetição de conectivo: “O amor que a exalta e a pede e a chama e a implora.”  
Hipérbato - inversão da ordem normal dos termos da frase ou da oração (para dar ênfase ao termo deslocado). Ex.:  Das minhas costas cuido eu!
Anacoluto – interrupção da construção iniciada, prosseguindo a frase de outra maneira. Ex.: “Eu, parece-me que vou desmaiar.”  /  “Minha vida tudo não passa de alguns anos sem importância.”

Silepse - concordância ideológica. Podemos encontrar três tipos de silepse:
a)  de gênero: Ex.: “Sua Excelência está acamado.” = homem /  “O Amazônia foi construído no Brasil.” = navio.
b) de número: Ex.:  “Estamos muito contente (s).” /  “Antes sejamos breve que prolixo
c) de pessoa: Ex.: “Os cariocas somos alegres.” /  “Todos os filhos de Adão padecemos nossas mutilações e fealdades”
Pleonasmo: repetição de ideias com as mesmas palavras ou não: Ex.:“Vi com meus próprios olhos.” / “A mim ninguém me engana.”
Elipse: supressão de um termo facilmente subentendido: Ex.: “Fui à catedral ( igreja catedral)

Anástrofe/ hipérbato: é uma inversão da ordem dos termos de uma ou de várias orações no período: Ex.:  “Pelas obras se conhecem os homens”. (anástrofe) / “Enquanto manda as ninfas amorosas grinaldas nas cabeças pôr de rosas” (hipérbato)
Existem  algumas figuras que  interferem nos sons da fala e, por isso, são muito exploradas pela poesia.
Aliteração: uso repetido de letras iguais, de sílabas ou sons, na mesma frase, com a intenção de produzir um efeito harmônico. Ex.: Carol cansada coitada cantou cantigas contagiando os colegas.
Assonância: É a repetição de vogais na mesma frase: Ex.: “Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral" (Caetano Veloso)

Onomatopéia:  consiste na tentativa de reproduzir, imitar, os sons e ruídos do mundo natural. É muito usada na literatura infantil. Ex.: blim, blom, chuá, buá, pingue-pongue, miau, tique-taque, zunzum
Há ainda figuras formadas por motivos  morfológicos.

Pelo emprego expressivo dos sufixos:
Aumentativo ou diminutivo para: 
a) expressar afetividade sem qualquer relação com a dimensão física do ser: Ex.: mulherão, paizinho...
b) exprimir escárnio, depreciação, ironia: Ex.: padreco, politicalha, jornaleco, artiguete.
Pelo emprego de tempos e modos verbais:
a)           o presente pelo futuro  a fim de indicar desejo expresso com firmeza. Ex.: Amanhã em vou ao teatro.
b)           b) o imperfeito traduzindo pedido: Ex.: Eu queria meio metro de fita vermelha. (em vez de quero).
c)            c) o presente pelo pretérito para dar diferente característica  à narração ou sensibilizar o ouvinte ou leitor: Ex.: Então, em 1939, Hitler invade a Polônia.
d)           d) o plural de convite: o emprego do verbo no plural para incentivar uma pessoa a praticar uma ação trabalhosa ou desagradável. Ex.: Olha, filhinha, vamos tomar o remedinho.
e) o plural de modéstia: o autor falando de si mesmo: Ex.: Nós, ao elaborarmos este artigo, pensamos em esclarecer pontos obscuros. 

Por Nanci da Costa Batista
Fonte: Folha Dirigida



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