Em 20 de janeiro de 2009, assumiu o
cargo de 44º presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, Senador do partido
democrata pelo estado de Illinois. Obama representa um novo direcionamento na
política do governo norte-americano em diversos aspectos. Na política interna é
a volta do Partido Democrata ao topo do poder executivo dos Estados Unidos. Os
democratas tem uma postura política diferenciada, caracterizada pela maior
flexibilidade em assuntos ligados ao meio ambiente, igualdade social e
reivindicações sindicais. No século XIX, o partido democrata empenhou-se na
defesa pela igualdade racial e foi responsável pela 13ª emenda da constituição
norte-americana, que pôs fim à escravidão nos Estados Unidos, mais tarde, foi a
14ª emenda constitucional, que garantiu a igualdade entre brancos e negros. Por
outro lado, convém lembrar que os democratas costumam adotar uma política
governamental mais intervencionista e protecionista que os republicanos na área
comercial, assim como defendem uma carga tributária maior.
Já na
política externa, a expectativa é que haja um direcionamento político externo
multilateralista em detrimento do direcionamento unilateralista característico
nos dois mandatos de George W Bush, sintetizado principalmente na chamada
“guerra contra o terror”. Na questão diplomática, espera-se do novo presidente
uma posição mais flexível e aberta ao diálogo. Espera-se também a construção de
uma nova imagem dos EUA no mundo, menos intransigente e mais moderada, para
isso será necessário, entre outras medidas, apagar a imagem deixada pela base
de Guantánamo, marco da agressão aos direitos humanos e símbolo da política do
governo anterior, que provavelmente não será mais usada como lugar de
prisioneiros.
A expectativa é que os EUA possam agir
mais diretamente em alguns pontos sensíveis da política internacional como, por
exemplo, no conflito entre israelenses e palestinos, conforme aconteceu no acordo
de Oslo em 1993, entre Yitzhak Rabin e Yasser Arafat, articulado por Bill
Clinton.
Obama herdou duas guerras, Afeganistão e
Iraque, cuja ocupação militar ainda será uma realidade em médio prazo. Até que
se possa pensar em uma retirada das tropas norte-americanas, esses países
precisam se reestruturar e criar condições mínimas de estabilidade e controle
de segurança interna. No Afeganistão, os objetivos principais ainda continuarão
os mesmos: capturar Osama Bin laden, acabar com a Al Qaeda e exterminar os
focos de resistências do Talibam. Porém, paralelamente Barack Obama também
precisa fortalecer o novo governo Afegão e preparar a retirada das tropas. Já
no Iraque, parece que não há mais nada a pensar senão em uma retirada o mais
rápido possível, conforme já afirmou Obama.
Em relação à Rússia, no qual as relações
diplomáticas já andam bem desgastadas, vai depender bastante da habilidade
política dos democratas em questões como a da Ossétia, do Kosovo e do escudo
antimísseis no leste europeu que colocaram Estados Unidos e Rússia em lados
opostos. A Rússia vem nos últimos anos ascendendo como uma das promessas
econômicas do Séc XXI, principal fornecedora de gás e petróleo da Europa, está
relacionada no BRIC, países emergentes com grande potencial de crescimento para
os próximos anos, com isso, a Rússia busca manter seu papel de potência
regional preservando sua influência política e econômica sobre as repúblicas
que compunham a antiga União Soviética.
Irã e Coréia do Norte também aparecem
como sérios problemas para os EUA devido aos seus programas nucleares, enquanto
a Coréia do Norte caminha para uma solução, após passar por sanções comerciais
que deram resultado, o Iran prossegue seu programa nuclear e recentemente
testou mísseis balísticos de longo alcance.
Talvez o maior desafio de todos para o
presidente norte americano esteja relacionado à crise financeira global, que
mostrou ao mundo a fragilidade da economia norte-americana, mergulhada em um
enorme déficit comercial e fiscal. Mesmo após os pacotes bilionários do governo
norte americano anunciados em 2008 e as ações de estatização de instituições
financeiras em dificuldades, altos índices de desempregos, falências e recessão
são palavras que estão no cotidiano do país e já afetam diretamente toda a economia
global.
Os membros da equipe econômica do
governo de Obama terão que encontrar uma maneira de ajudar a reformar o sistema
financeiro internacional de modo a evitar novos períodos de recessão na
economia mundial causados principalmente pela especulação financeira
internacional, e para isso já convocam a participação das maiores economias
mundiais que também se tornaram vítimas da crise financeira.
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