Há algumas décadas, o diploma de um curso superior era visto praticamente como garantia de um bom emprego. Em uma época caracterizada pelo número reduzido de brasileiros com formação escolar além do ensino médio e pouco desenvolvimento do mercado, concluir uma graduação era, sem dúvida, um diferencial.
Mas, os tempos mudaram. Hoje, são mais de 5 milhões de alunos matriculados em faculdades, universidades e centros universitários por todo o país. A economia evoluiu, tornou-se mais complexa e, no bojo do seu crescimento, passou a exigir dos profissionais um aprofundamento e o desenvolvimento de capacidades que os cursos tradicionais não são mais capazes de dar conta. Por estas e outras razões, o mercado de cursos de mestrado e doutorado não para de crescer no país. Segundo dados da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do MEC responsável pelo segmento, entre 2007 e 2010 foram formados 99.645 mestres e 32 mil doutores, além de 8.100 estudantes nos mestrados profissionais, em 4.100 cursos.
Ou seja, cerca de 140 mil concluíram, neste período, uma pós-graduação. O total de matrículas também cresceu de forma significativa. De 2000 a 2009, subiu de 94.456 para 161,068, um salto de 70,52%.
“Fechamos este ano com a formação de 12 mil doutores e a nossa meta é de duplicar esse número até 2020. Embora os números sejam bastante significativos e substanciais, ainda temos grande necessidade de formação de recursos humanos”, diz Jorge Guimarães, presidente da Capes. No último triênio, o segmento de pós cresceu, em média, 8% ao ano no Brasil.
O país avançou tanto em número de cursos, como de matriculados e titulados. Porém, ainda assim, segundo o presidente da Capes, existe uma enorme defasagem no que diz respeito à proporção de pessoal formado no nível de pós-graduação em relação às diversas demandas de curto e médio prazo.
“Alguns países têm até 15 vezes mais recursos humanos qualificados do que o Brasil, em certos casos. Isso se reporta ao tamanho da população, do PIB, da população economicamente ativa, mas, sobretudo às inúmeras demandas econômicas e sociais que o país apresenta. A análise é que estamos bem no cenário mundial em relação a diversas outras atividades do país, mas muito aquém ainda do que o país precisa”, salientou Jorge Guimarães.
A tendência é de que o segmento de pós continue a crescer nos próximos anos. O problema é evoluir de maneira que possa atender às demandas de desenvolvimento, até porque os números atuais ainda são modestos, frente aos objetivos traçados pelo próprio Governo Federal. No projeto de lei do Plano Nacional de Educação, enviado ao Congresso Nacional no fim do ano passado, uma das metas é, até 2020, alcançar a média anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores formados.
Hoje, o número de titulados que as universidades colocam no mercado é praticamente a metade destes patamares. E, para que o segmento possa crescer de forma mais acelerada, está em fase de conclusão um Plano Nacional de Pós-graduação, que vai de 2011 até 2020. “Estamos com a perspectiva de um crescimento considerável para os próximos anos exatamente porque essa defasagem ainda existe quando comparamos o Brasil com a Austrália, Nova Zelândia, Canadá, China, Índia, Taiwan, Coréia do Sul, por exemplo”, destaca Jorge Guimarães, da Capes.
Continua...
Fonte: Folha Dirigida
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