Não há dúvida de que a memória tem um papel fundamental na preparação e busca da aprovação no
concurso público. Aliás, muitas vezes este papel é superestimado, com a paralela subestimação da importância de outras funções cognitivas, também
relevantes ao êxito nas provas.
Mas
considerando o papel que a memória exerce, geralmente a
trabalhamos apenas na sua dimensão conceitual, perdendo as possibilidades de
trabalhar a memória de natureza episódica. A abordagem deste
tema é o objetivo do presente texto.
Primeiramente,
precisamos partir da compreensão de que, em termos de classificação, quanto ao objeto, temos dois grupos de
modalidades de memórias, as quais consistem nas implícitas ou procedurais e nas
explícitas ou declarativas (IZQUIERDO,
Iván, Memória. Porto Alegre: Artmed, 2002, p. 16/17).
As memórias implícitas ou procedurais contam
com natureza psicomotora. É aquela que mobilizamos quando dirigimos o veículo,
ao nos lembrar o movimento para freio e aceleração. Este tipo de memória conta
com mecanismos e procedimentos de formação específicos.
Já as memórias explícitas ou declarativas são aquelas que não contam com um
sentido psicomotor. Estas se dividem em dois subgrupos, que correspondem às semânticas e às episódicas.
As memórias semânticas contam com uma natureza conceitual. É
ela que adotamos quando vamos nos apropriar de conceitos e informações ao
estudarmos determinada matéria por determinada fonte de estudo.
Já as memórias episódicas contam com um sentido factual. Ou
seja, são as lembranças de fatos, eventos e experiências que vivenciamos.
Quando interrogo uma testemunha
nas audiências de instrução que conduzo, estou a provocando a evocar memórias
episódicas. Se a
testemunha estiver mentindo, reproduzindo uma informação que não foi
vivenciada, mas foi dita por outra pessoa, para que fosse reproduzida em juízo
como se tivesse sido vivenciada ou presenciada, na realidade ela estaria
evocando uma memória declarativa-semântica, e não declarativa-episódica. E
detalhe, praticando conduta altamente reprovável e criminosa, tipificada no
art. 342 do Código Penal.
Portanto, ao nos prepararmos para o concurso, geralmente, ou praticamente sempre,
desenvolvemos estratégias de estudos para a construção de memórias semânticas.
Isto muitas vezes de forma não consciente, até porque muitos não têm a menor
noção dos esclarecimentos trabalhados aqui sobre as modalidades de memórias.
Mas o ponto é
que também podemos tentar construir estratégias baseadas em memórias
episódicas. Estas podem ser estabelecidas em dois sentidos.
Primeiramente,
ao associarmos as memórias episódicas às memórias semânticas. Um exemplo: vamos
imaginar que um dia você recebeu uma multa de trânsito, aplicada de forma
presencial pelo agente de trânsito, o que não foi uma experiência indiferente,
até por ter sido desagradável, tendo lhe causado um transtorno. Agora tente imaginar aquela experiência a partir dos atributos do ato
administrativo. Imagine que a autoridade tivesse lhe dito, “vou
aplicar esta multa, que é um ato administrativo, no exercício do Poder de
Polícia”, e “este ato tem presunção de legitimidade, pois estou investido no
cargo”, imperatividade, e “você deve se sujeitar a ele”, bem como auto
executoriedade, de modo que “você terá que pagar esta multa, sem depender de nenhuma
decisão judicial”. Já pensou?
A outra
possibilidade é de tentarmos trabalhar a formação de memórias semânticas durante as
experiências que vivenciamos, também promovendo uma espécie de associação,
isto é, quando estamos vivenciando uma experiência que pode nos trazer conceitos.
Por exemplo,
está começando um julgamento no Supremo Tribunal Federal de um processo que vem
sendo tratado pela grande imprensa e setores políticos interessados como
histórico, ao qual se deu o apelido de “mensalão”. Como está sendo dada uma
grande importância midiática ao julgamento, é possível que muitas informações
úteis em provas de concursos possam ser extraídas. E daí, se for acompanhar as
sessões ou as notícias, você pode estar usando esta associação de memórias episódicas
com semânticas.
Mas o
fundamental é que compreenda os conceitos aqui trabalhados e, a partir desta compreensão,
esteja atento para as oportunidades de construção de memórias e apropriação de
informações que possam ter utilidade na hora da prova.
Autor: Professor Rogério Neiva
Fonte: Blog do Professor Rogério Neiva
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